Tecido Epitelial

04/05/2012 09:02

O Tecido Epitelial (TE) possui algumas características essenciais que permitem a sua diferenciação de outros tecidos do corpo. Ocorre uma justaposição das suas células poliédricas. Esta forma pode ser justificada pela pressão exercida por outras células e a ação modeladora do citoesqueleto; a justaposição das células pede ser explicada pela pequena quantidade ou mesmo ausência de matriz extracelular. A grande capacidade de coesão entre as células é outra característica e ocorre devido a especializações de membrana (ver adiante) e ao glicocálix. O TE é avascularizado, fazendo da presença de lâmina basal indispensável à sua nutrição.Pode originar-se dos 3 folhetos embrionários:

Ectoderme: epitélios de revestimento externos (epiderme, boca, fossas nasais, orifício retal).

Endoderme: epitélio de revestimento do tubo digestivo, da árvore respiratória, do fígado e do pâncreas.

Mesoderme: endotélio (vasos sangüíneos e linfáticos) e mesotélio (revestimento de serosas).

A função de revestimento envolve a de proteção - como a epiderme que protege os órgãos internos de agentes externos - e a de absorção - como é o caso das mucosas. Exerce uma importante função secretora, uma vez que as glândulas são originárias do TE, e são por isto classificadas como Tecido Epitelial Glandular. Além disso, o TE exerce uma função sensorial com os neuroepitélios (ex. retina).

Tecido Epitelial de Revestimento

Especializações de membrana

Glicocálix: ação adesiva (entre outras).

Microvilosidades e estereocílios: formados por microfilamentos de actina que correm para uma trama terminal; relacionados com a absorção.

Cílios: formado por microtúbulos; relacionado com a movimentação.

Zônula de oclusão: é a junção mais apical. Ocorre por interação entre duas proteínas transmembranas e promove a vedação, obrigando o trânsito intracelular e impedindo a volta de substâncias por entre as células epiteliais (efeito selador). Favorece a criação de domínios.

Zônula de adesão: interações entre caderinas, associadas a microfilamentos na altura da trama terminal. Tem função adesiva.

Máculas de adesão (desmossomos): interações entre caderinas, ligadas a uma placa eletrondensa associada a filamentos intermediários de queratina (tonofilamentos).

Junções comunicantes (gap): canal hidrofílico por onde passam moléculas informacionais e íons. Formados por conexinas.

Hemidesmossomos: interações entre integrinas (célula) e lamininas (lâmina basal), associadas a filamentos intermediários.

Lamina Basal:

Formada por colágeno tipo IV, lamininas e proteoglicanas. É sintetizada pelas células epiteliais e faz a nutrição do tecido epitelial por ser vascularizada. Divide-se em: lâmina lúcida, lâmina densa e lâmina fibroreticular (formada por fibras de ancoragem de colágeno VII ).

Classificação dos tecidos epiteliais:

Quanto ao número de camadas de células, podem ser simples, com uma só camada de células iguais (ovário, intestino); estratificado com várias camadas de células (pele, esôfago); e pseudoestratificado, com uma única camada de células que tocam a lâmina basal mas que possuem núcleos em alturas diferentes (traquéia).

Quanto à forma das células, podem ser cúbicas (de núcleo arredondado e central), cilíndricas ou prismáticas (com núcleo elipsóide e geralmente central) e pavimentosas (achatadas).

Obs.: existe ainda o epitélio de transição, presente nas vias urinárias e na bexiga. É denominado desta forma pois muda o número de camadas por assentamento celular, mas não muda o número de células).

Conceitos importantes:

Mucosas: epitélio simples ou estratificado e tecido conjuntivo frouxo ( lâmina própria ).

Serosas: mesotélio + tecido conjuntivo frouxo. Individualiza órgãos. Ex.: pericárdio, pleura, peritônio.

Adventícias: tecido conjuntivo apenas. Une órgãos.


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